VOZES!
Vozes tantas que n'alma proseiam,
Conversações ora ásperas ora amenas;
Ora sons de pássaros que gorjeiam,
Ora sons que reavivam olvidadas penas.
Ah! Vozes de lembranças esmaecidas!
Vozes que induzem sem traduzir,
Vozes no coração a tanto já esquecidas!
Sons atemporais a ressurgir.
Vozes que ressoam mas não dizem nada,
Vozes que talvez nada quer dizer...
Carro de boi gemendo na longa estrada...
Tons guturais da roda a revolver
"Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões..."
Sons que n'alma gemem tão dilacerados...
Ah! vozes que dizem tudo e não dizem nada!