ODE PARA UM OLHAR
No quintal aconchegante ela jazia...
A brisa os seus cabelos carinha,
Olhos longe longe como quem expia...
No quadro da mente tão sozinha.
Inspiração personificada do poeta...
Modelo pra pincéis de Monet...
O que será que tua alma inquieta,
Na face pensativa quer dizer?
Olhar que abarca o universo...
Condensa a própria história nas retinas,
Algum sonho no tempo ainda disperso.
Embaçado o olhar se faz neblinas.
Ensimesmada e absorta em veraneio...
Beleza augusta na tarde em abandono,
No coração um acalentado devaneio,
Olhar fugaz com mistério de outono.