Soneto Peregrino (só pra ter título)
A tarde arde seu arrebol extremo,
em estilhaços de luz violada,
e cada ponte a ser atravessada
me leva de mim a mim, e eu ardo e tremo.
Atravesso a cidade saqueada,
com os seus pagãos de um culto vil, blasfemo.
Bebo num bar a dose envenenada
de loucura e deixo o resto pro demo.
Bêbado, avanço além imensidões,
domando, na vertigem ensandecida,
com meu Poema, mais de mil leões.
Afago no caminho minha ferida,
que cubro com as nuvens dos sertões,
sangrando, mas com a alma engrandecida.