ATEMPORAL AMOR
Olhar que a imensidão perscruta...
Envolto em lágrima e bruma,
A cismar se Deus a escuta...
Dor que n'alma não se acostuma.
É esse olhar tão profundo!
Que parece vazar o céu,
Como a perguntar se é desse mundo,
Tantas vidas seguindo ao léu.
E esse olhar que o céu rasga!
Com força e melancolia,
Feito um abismo me traga...
Igual de Beethoven a nona sinfonia.
Penetra em mim feito faca!
Feito olhar final de Diadorim,
Espalhando coisas intactas...
Ai doce olhar não faz assim.
Mas poderá ser ou terá sido?
Agora é meu olhar que pergunta;
Terá em outras vidas acontecido?
Será que algum ciclo nos rejunta ?
Não sei...e talvez nunca saibamos;
Mas se a poesia faz sentido...
Em algum momento nos amamos outrora...
Amor atemporal no tempo perdido!