Mutações
Estranho ver
As mutações da Terra
O que era fértil
Faz-se árido, exótico
Segue em movimentos rápidos
Quase fálicos
No sentido simbólico.
Na chuva de poeira cósmica
Os homens pobres de lógica
Têm poderes bélicos
Riem-se pândegos
Em vozerios mórbidos
Mas na ilusão do sério.
Do sagrado, do místico e esotérico
- Inclusos os agnósticos -
Nadam em semeaduras quânticas
Lançam-se como bólidos
Ao som do canto profético.
E a vida respira frenética
Faz-se fluida e pálida
Variando as proporções ácidas
Vertem sentimentos gélidos.
Mas não tomba a esperança plácida
Em azuis da prussia, tons poéticos
Que venha branda e cálida
Num sentido amplo e denso
Como um canto lírico
Na sua beleza cármica.