Meia-noite
Por que essa confusão se espalha por minh’alma e fico parada esperando passar,
esperando passar alguma brisa que me explique,
que me explique...
Por que há tanta indefinição em meu ímpeto de fugir,
de fugir enquanto inflamo por dentro de modo caótico, súbito, indesejável,
enquanto as horas passam ao meu lado num rodamoinho de vento,
e o vento faz meu cabelo dançar como meu vestido,
e de repente me fui,
me fui porque a brisa que esperava era o vento impiedoso
que se ri e não me conta,
não me conta que eu não existo, eu nunca existi.