Agora, pronto!
Fim em mim, todas as minhas moléstias.
Meus pés calejados, não latejam mais
Pois nunca mais, precisarei andar.
Meus braços arrebentados, descansam...
Apartaram-se deles e de mim, todas as minhas dores
Ganhei par de asas e são lindas
E como um faceiro beija flor,
A mim, foi permitido pousar em todoas as flores.
Estou finalmente, alegre e exultante
Eu, que passei toda vida
Admirando o revoar das borboletas
A liberdade dos passarinhos
Se nela, tanto sofri e chorei, bastante
Vivendo rolando por aí a esmo
Sem porto e sem ter um pequeno ninho
Hoje estou completamente feliz,
Porque descobri, que aprendi voar!
Ah, meu Deus...
E, em quantas noites e madrugadas frias
Pregado de sono, desalentado da fome
Sem conseguir cerrar meus olhos, e dormir
Sem um pedaço de qualquer alimento mofando
Mesmo, se caído na terra batida, coberta de folhas secas.
Tentando..., rolando no frio e não conseguia dormir
...nenhum pouquinho...nenhum ''cochilinho''
Na quase certeza, de não vingar, mais um dia
A perder a conta, de quantos..., sem comer
Triste em pensar, não vencer e cuzar, novo amanhecer.
Sem água, sem café, nem um chá qualquer me sobrava
Sem um prato de farofa, de farinha branca
Pra enganar o estomago e matar meu fastio
Que aceleradamente (literalmente) estava me matando
Condenado estava, repito, a morrer de fome e de frio.
Sofrendo todo tipo de chacota, escárnio e avacalhação
De homens espúrios, sem nenhum bom sentimento
Desprovido de dó, nem alma e coração.
Hoje, na quietação que talvez eu mereça...
Em pleno contentamento e regozijo, que sinto
Acobertado por um véu lindo, portentoso, escuro e brilhoso
Vasto e infinito, alinhavado de milhões de estrelas.
Agora, posso dizer! Sim, aqui estou em paz e vivo...
Na certeza, que morri pra vencer a morte
E a partir daqui, de fato nasci e me tornei,
O homem mais rico...
Pois herdei de Deus, um pedacinho do Céu!