Tempo
Ouço vozes que se debruçam em minha angústia
A Vida se faz nos idos e vindos.
O trem trás novas conexões,
E, leva aquelas que nem ao menos dizeram adeus.
A tarde,
A Alma se embanha por busca de beleza,
Envaidecida,
Entristecida,
Se junta ao por do Sol,
Para derramar lágrimas.
E, nisso tudo os ponteiros do relógio passam.
E, eu aqui,
"À beira do Caminho",
Busco conversar com meus botões.
A solidão é uma arma,
Que transforma, reforma, nos faz sentir medo,
E, deixar descoberto apenas um segredo...
Então, páro e penso,
Numa busca Descartiana,
"Será que existo?"
Insisto nos olhos negros cheios de lágrimas,
E, na falta de melanina capilar.
Então, quero passar essa geração, que nada tem a me dizer.
Quero voltar e seguir o trem.
Ir, me encontrar com quem já partiu.
Levou parte de mim,
E, eu não sei ficar orfã.
Então, lembro deixei sementes também,
Mas, são capazes de cuidarem de si.
Então, só me resta o adeus dizer,
Até a próxima vida.
Teka Castro
Homenagem in memoriam a minha Mãe, Deonilde de Jesus G Mendes,
Que amanhã faria 85 anos.
Saudades demais.