Porque não ser
Esqueci-me entre o brilho verde do mar e o planador.
Escalei aos pés descalços a sombra sutil do amor.
Voei pelas gargantas polidas das metáforas.
Limpei a poeira do feltro que ficava lá fora.
Quando fui tentar ressuscitar o Cactus
a planta já estava morta.
Cobri de pele e azeviche.
As obras mais românticas e porosas.
Margarida não gostava de sombra.
Ela na verdade preferia ser Rosa.
A frutífera coletei no campo.
Passei tardes inteiras ao vento.
Contando paçocas e causos.
como mineiro esquecido do tempo.
Agora, traquino e pitoresco
não posso desfazer das peleja.
Um dia, a sina me incomoda
outro, ela tranquila me beija.
...
Planando arte.
Percebi no canto da asa branca,
Que éramos dois grandes sonhadores.
Que já fomos terra, água e plantas,
Mas as almas são seres planadores.
Cantei voando na arte,
Do canto que virei parte,
Pra termos entrada franca,
Nesta luz de mil sabores.
Percebi no canto da asa branca,
Que éramos dois grandes sonhadores.
(Interação de Jacó Filho)