Aos céus, Feito floco de neve De seus olhos cada vez mais distantes Secando-se e arregalados Por certo, últimas gotas de pranto, caindo Enfileirando-se, perfazendo flocos salsos Todas, uma após as outras descendo ....iludindo, enternecendo suas dores. Seus curtos passos, leves, mas cansados Abreviando-se em sofrimentos Sem o poder de marcar, nem mais riscar chão No máximo, raras folhas secas sem rumo Esvoaçam-se, se tocam e se erguem Pulando no ar, umas poucas, à grudarem seus pés! Sabe-se lá... vai se saber, se nessa sua Adustiva e longa jornada Quantas brumas lhe umedecera Antes, mente e coração Arrefecendo-o, por júbilo seu Com doces e lúdicas ilusões Pra que permanecesse voando ...vagando, sua clemente alma! Até que enfim...! Nesse exato momento, fim de agonias Uma camada, feita como de glacê De uma neve, branda e rara Lhe ponteia, tangendo-o, de cima abaixo Como banquete sagrado o oferece Prestes a ser arrebatado, branquinho ...branquinho, ascendendo até o céu!