SOBREPOSTA AS VESTES
Das noite misteriosas que eu te vi,
Perambulante pelas areias de um certo lugar,
Cuja cidade sagrada é o destino,
Que de muito longe encontrou-te…
Só que para mim, nunca foste o futuro.
És um pequeno vislumbre,
O nada a tornar-se tudo!
A silhueta vista da estrada,
Balançando por um segundo.
Não entendo que falas,
E nem por quais motivos não descubro,
Quem é este ser que disfarça-se,
Chegando à beira do absurdo.
Meus pés não seguem-te,
E fico sem saber o que deve estar acontecendo.
É o aprisionamento dos encantos teus,
Ou uma crise de esquecimento?
Repudio-te por isto,
Que consegues no silêncio,
Fazer-me voltar aos teus sonhos,
Quando os meus são só pesadelos.
Se não queres minha existência,
Nem poderias vir com este rosto,
Trazendo as mais belas pedrarias,
Cujo mercado não se compra.
Ah, como adornada estas,
Sobreposta as suas vestes,
E nem um pensar a mais,
Queres ter para comigo,
No apogeu de seu reino celeste.
Como parte de uma trama,
Envolveste-me com teus brilhantes recursos,
Levando-me a um determinado recinto,
A fim de que eu escreva-te,
Num poema a qual a sinto.