Um Breve Manifesto Por Uma Estética Moderna Perdida em Mim Mesmo
Um paraíso-escombro de peças romanos-gregas
Esculturas irrompidas de musgo e poeira
Uniformidade as formas de renome
É o inverno de toda a gente que vens de dentro
Meu coração é um abrigo híbrido de metrópoles corrompidas
Sangrando sempre uma luz danificada, o perfume natural
Das peles que se esfregam a distância do olhar
Ninguém explica a eletricidade do desejo bruto
Aos amantes da Gaia sudamericana:
Liceus a céu aberto rendidos ao slam
Cantando a filosofia da imaterialidade
Nos corpos semi desertos de uma nudez ampla
O dom da amargura filtrada por línguas únicas
Ninfas de plástico e zinco, me amarram lágrimas de gesso
Pondo-me na inerência dos meus próprios dilemas
Olhar para si e reconhecer-se enfim sem medo
Revigorante Saturno me colidindo com outras crenças
Seu ciclo, parcelado por doze vezes sem ópio ou opção
Sem promessas nas águas de março, meu bem desenfreado
Eu encontrei pelo caminho os meus restos que deixei por aí
Degustador de mentiras, eu aposto
Aonde os punhos semi cerrados dão lugar aos lábios cerrados
Cerrando a fome em outros lábios, se afogando na promessa do deleite
Ó filho preterido do carnaval, eu sei que tu abrigas todas as indulgências
Planejar o clima mental-tropical:
Acesso aos excessos de toda a conjugação
Ideias irreais fluem nos lábios em que bebo
Nos cadáveres que exumo versos desesperados
Exacerbar um teatro telenovela interplanetário
Espremendo a vida remediada do fundo dos nossos olhos
Há hora estratégica para os sentidos, elegância e destempero
Fluir fogo e outras alquímicas feras, descendo de tronos e entregando-se a euforia...