Da Ilha e do Farol
Eu não sou escrava de ninguém e não me ponho a escravizar a vida em mim,
Um século de vida no batimento, o fazer meu não é um esforço.
Uma orquestra em cada passo, o caminhar meu não é uma marcha.
Escrava de ninguém, de ninguém espero a escravidão,
Da ilha e do farol, o batimento é do coração meu
E a luz se irradia do compasso dos pés meus.
Sem acorrentar uma mão à outra, são as cores minhas
Que retoco sobre tudo o que há.
Não sou escrava de nada e a escravidão de nada venho em minha liberdade
projetar,
Meus pés não arrastam as correntes que de minhas mãos tirei,
E no retoque colorido de cada compasso, nasce a luz da minha ilha
E o farol se vê estender o chamado das ilhas outras.
Onde não há escravidão, o ritmo da luz, a música do caminhar.
Onde não há escravos, há as cores, a ilha, o farol
O passo e o batimento fazem da união o chamado.
Eu não sou escrava de mim e à minha sombra não me acorrento,
De mim só quero nos batimentos ver a luz retocar,
De mim só quero na ilha morar, e das cores compassadas do farol
O chamado e chamar me fazer ver.
O ritmo, a música, as mãos e os pés, a ilha que eu venho a iluminar
O meu não escravizar, o batimento, o compasso, as cores e a visão,
O farol que me traz e me devolve a liberdade junto a todos, chamar.