Planetas Regentes

Mas de areia não é tudo o que ao encontro me vem a chamar.

Se nada vem ao meu encontro,

A corrida dos dias meus na areia nada tem de suave,

E os riscos do andar vêm da firmeza do confronto,

Se nada vem ao meu encontro,

Ainda assim são duas as luzes,

O sol de incessante a se fazer espalhar,

A lua de melancolia a se fazer esperar.

Se nada vem ao meu encontro,

O mundo meu num mar que se estende de si mesmo

Na areia inconstância não empresta da lua

Sempre a descansar.

Nada vem ao encontro do meu mar,

E do sol as águas são da luz o movimento

A ser a buscar.

Nada vem ao encontro da minha luz,

Nada vem ao encontro das minhas águas,

Mas ainda são duas as luzes,

O sol de encontrar, o movimento de na areia se estender,

A lua do encontro na areia o que brilha a fixar.

Nada vem ao meu encontro,

Mas a constância de caminhar,

A inconstância de esperar.

Mas que no encontro e no encontrar,

O sol é um universo todo nas águas

A sua luz a pronunciar,

A lua uma vida toda na areia o seu silêncio a pulsar.

Nada vem ao meu encontro,

Mas o encontro está onde o encontrar pela luz de esperar

E pela água de andar chegará.

Nada vem ao meu encontro,

Mas no pronunciar do universo em sol a se movimentar,

Responde a pulsar a lua em seu silêncio.

Eis que, no encontro e no encontrar,

São duas as luzes,

Do sol vem em seu movimento na areia descansar,

Da lua vem em sua espera na água a se movimentar.