O Juízo Final
Um ronco profundo anunciou a profecia,
Como um animal gigantesco que se debatia
Em trejeitos loucos e brutais no hórrido caos...
Não era mais dia; "as terras tremeram e se abriram.
Algo surreal estava acontecendo" e ardia,
Em gárgulas de fogo que vomitavam e riam.
Todas as criaturas deixaram, por fim, de respirar
Como seres condenados pela natureza branda.
Queriam implorar, mas não havia mais tempo...
Estavam petrificados, impuros e sós, ao relento.
Nada iria salvá-los daquele triste fim celestial.
Os mais velhos vieram pedir misericórdia...
As crianças choravam estarrecidas e inocentes...
As mulheres imploravam pelos seus amores ardentes
E os horrores anunciavam uma morte santa,
Não fosse uma imagem que parou o holocausto:
"A bela moça dançava entre o caos,
Sua leveza semelhante à de uma pena".
Fazia lembrar uma deusa pura, terna e serena,
Como uma réstia de amor e esperança...
O rugido da fera e o vil estertor do desamor
Pararam de fustigar nas cruéis lembranças...
A bailarina perpetuava-se em gestos de dança
E fazia lembrar um anjo que descera à Terra.
Por um instante, a besta sorriu e se calou...
O Sol e a Lua vieram na garupa do vento
E abriu-se uma roda de luz em torno daquela mulher
Que rodopiava agora muito mais leve e amena
Na sua leveza doce e serena, feita uma pena...
Nota: Este poema é um exercício criativo de desenvolvimento textual, a partir de duas frases impostas (entre aspas no texto) e aparentemente antagônicas.