Sua palavra descreve a cena.
Substantivos e adjetivos atuam em crochet.
Tecem o pano de fundo.
E, tudo parece tão clichê!

Olhos esbugalhados tentam abarcar
toda realidade.
Não cabe.
Parecem estar de ressaca.

 

Sobra dos lados, tantas múltiplas realidades.
Ímpares, singulares e desconexas.

A razão fugidia percorre silente o destino.
Medita sobre a lógica.
Transcende a dialética.
E, desagua na matemática.
Poética e minimalista.

 

A violência como linguagem,
como dialeto proficiente.
Substitui o verbo pelo ato.
E, o ato pela compulsão.
E, a semântica pela mecânica.

Vantagens?
Desvantagens?

 

Um oceano de horrores e iniquidades.
Onde instintos contemporâneos
percorrem a caverna tech.
Mas, então, o mito morreu.

 

A luz apagou-se.
Imersa em trevas, o rio secou.
A lágrima não verteu,
mas, a primavera feneceu em diversidades.

No réquiem da margarida

 

O infinito, ora finito
Traduz a palavra insana
guardiã da última gota de civilidade.
 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 22/03/2022
Reeditado em 31/03/2022
Código do texto: T7477991
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