A DIÁSPORA DA VIDA

“Réplica a José Félix”

Se procurarmos, no interior das coisas,

Tudo aquilo que elas têm de singular

Veremos não só o mal, como o próprio bem

E, mais que o bem, o gozo do seu brilhar!

A Vida, em si, é um eterno caminhar

Por curtas ou por longuíssimas veredas

Há sempre tempo de algo se revelar

Se procurarmos, no interior das coisas.

As coisas são como são, ao serem vistas,

Mas sabemos bem que a luz pode minguar

E nem sempre se vê pelas perspectivas

Tudo aquilo que elas têm de singular.

Na diáspora da Vida é o tempo qu´ ordena,

Pra aqui ficar ou para ir mais além,

E p´ la impávida sorte, cena atrás de cena,

Veremos não só o mal, como o próprio bem.

Livremo-nos, porém, das estranhas musas

Cujo corpo se revela p´ lo seu arfar,

Levando-nos à cegueira do bem das coisas

E, mais que o bem, o gozo do seu brilhar.

De que vale a resiliência do ser da Vida

Se a Diáspora que nos toca é perniciosa?

Afastemo-nos dos maus trilhos e descida

Aos infernos fatais da Via Dolorosa…

A Diáspora humana no seu destino

É o fenómeno primacial do humano ser

Qualquer que seja o sentido peregrino

Do tempo e do espaço que acontecer.

Deixemo-nos de rezas e lamentações,

Chegou a hora de pôr os pés na terra;

Há que rasgar a máscara das emoções

E lutar em campo aberto contra a guerra!

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 20/03/2022
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