Oráculos e xamãs
Dormi para sonhar e ouvi
Todos os rumores da guerra
Sibilando pela terra
Senti o cheiro de chumbo
Um cheiro de fim de mundo...
O meu sono era profundo
Queria saber as razões da trama
Ninguém dizia, falavam em fim do mundo
Na ferocidade humana
Saí a procurar
Inquiri às divindades tibetanas
Aos mistérios das cartas ciganas
Do sonho eu tentava acordar
Busquei nas letras do Torá
Roguei os poderes de Alá
Ao pisar na areia quente
Vi xamãs de todas as frentes
De todos os continentes
O sonho não queria parar
Fui às runas, a Odin
Aos deuses irlandeses
Quantos anos, quantos meses
Para esta guerra ter fim
Mudei, fui às xícaras de chá
Com todos os seus poderes, às forças do ar
Me lancei aos búzios do mar, às correntes
À Estrela do Oriente, seriam os pecados?
Que me enviassem um sinal, um recado
Roguei a Dom Sebastião
Touro encantado maranhense
Que nas noites de luar ardente
Imunina estrelas, pedi ao Rei Davi
Para Alá, também pedi
Recorri
Aos ortodoxos gregos
Aos Congos, Angolanos e Bantos
Roguei a paz do Espírito Santo
Para o mundo parar
Era um sonho profano
Que me fez dormente
Difícil de acordar