Meditação na borda do caos
Vai novamente a mente além,
Nas considerações não programadas,
Pensa, repensa, respira, vai e vem,
Ideias não contidas, feras indomadas,
Mas não sou de todo aleatório,
A natureza, em seu vasto repertório,
Sem dar azo ao acaso na existência,
Do grande todo somos também filhos,
Da desordem aparente extrai-se a essência,
Porei tais pensamentos nos trilhos,
Todo som que um surdo sente,
Toda a luz que um cego entende,
Tal como estes uivos, ora em minha mente,
Captados de ancestrais ecos do universo,
Não são obras de neurônios tão-somente,
São potências de vida em cada verso.