TENHO UMA COCEIRA NA PELE
Tenho uma coceira na pele
Que quero arrancar com a mão
Meu peito arranhado por dentro
Dilacerado está meu coração
A perna direita quer correr
A esquerda, sentar em meditação
Minhas mãos espalmam meu rosto
E fura o olho que está sem visão
Minha alma cansada quer voar
Minha vida pesada, me prende no chão
E ainda a glândula lacrimal
Por vezes insistem em desaguar
Faço uma represa com as pálpebras
Que então me esconde
Daquilo que quer me iluminar