PELAS RUAS CALMAS
boto meus pés
nas ruas calmas
parece que me espiam
as almas
sim, estão atrás dos vitrais
atrás das árvores dos jardins
das portas entreabertas
...
os paralelepípedos brilham
da chuva que caiu ainda
há pouco
caminho com os pés doloridos
e penso em tempos dormidos
...
vou no meu passo
e meu olhar se perde no espaço
se perde
em quem sou
em quem fui
em quem serei
...