Declínio
Olho para o céu plastificado
Com seus resíduos coloridos, derretidos
Caindo no rosto das crianças ho'oponoponas
E no daqueles profetizados a permanecerem baixos
Na caixa escura em preto e branco ouço uma voz implorando
''Me deixa entrar''
Em cada barulho metálico escuto um novo sussurro
Pela janela outra gritando em forma de aviso
''Eu sou melhor que todo mundo''
O eco desesperado perseguia o carro que atropela a mente dos ouvintes
Do coro dos cachorros
Todos os raios lançados em corpos sapecados
Todos os raios lançados em corpos só pecados
Não clamo mais
Por nomes errados
Me tornei o arcano nunca estudado
Estou além da melancolia
Estou além da sanguínea
Estou além do colérico
Estou além do fleumático
Meu tronco cortado agora tem cabos
As veias em meus braços esguicham óleo raro
Que alimenta todos com cuidado
Até mesmo os coitados
De dor confortável
De felicidade insana
Degustam a minha carne
Degustam a minha alma