TRANSCENDENDO
deito os olhos no tempo
deito os olhos noutras vidas
que vivi
penso
não sou daqui
ah, não sou!
deito os olhos no passado
algumas feridas estão lá guardadas
nunca cicatrizaram
mas as deixei por conta do tempo
ele é remédio?
pode ser que seja
ou que não
as feridas
também
fazem
parte
deste nosso longo caminho de evolução
...
deito-me num colchão macio
de sonhos
de plumas
navego
num mar de conjeturas
nele tantas pessoas puras
e impuras
...
nos questionamentos
nos pensamentos
navego
e penso que sou náufrago
penso que sou tanta coisa
a crisálida aguardando o momento
da transformação
penso até que já sou a borboleta
e que sou espoleta
revoo jardins
...
entre sorrisos e lagrimas
dores e alegrias
atravesso esta encarnação
tentando progredir
amando o existir
...