Quero um cavalo negro

Quero um cavalo negro

Não por opulência

Ou por ser extravagante

Quero ouvir-me galopante

Entre aqueles que não morrem

Por mais campos que atravesse

Sei que o preto não se cansa

E ele vai, e ele avança

E tudo perde cor atrás dele

Passe pelo mar vermelho

Que este vira um lago de breu

E parece que cai o céu

Aos pedaços sobre a terra

Ouçam as nuvens como gritam

Quando se partem a meio

É sinal de que ele veio

O cavalo que eu tanto quero

E vejam como elas choram da fratura

Para a qual nem Esculápio tem cura

Ouçam bem os meus galopes

E escutem a melodia

Do meu cavalo negro

Que cavalgando o caminho dos peregrinos

Pisa o sangue dos paladinos

Estala os ossos e os dentes

Dos mortos nada quentes

Monte de assassinos!

De filhos, almas e amores

Que causam amargas dores

Mas ideias! Elas não morrem

Nem dos cavalheiros correm

Nem precisam...

Qual cavalo, qual carroça

Qual rei que dela troça

Mate o rei quantos quiser

A ideia ele não fere

A espada não atravessa

E a flecha não perfura

Aquilo que para sempre perdura

O meu cavalo negro

Christophorus Columbus
Enviado por Christophorus Columbus em 25/10/2021
Código do texto: T7371414
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