Metáfora azul

 

 

 

 

Havia um trem azul.

Um infinito incendiário.

Havia nuvens repletas de silêncio.

 

 

 

Somente você adornava o momento.

Naquele balneário

repleto de semântica e

sentimentos envelhecidos.

 

 

Sob o canto dos pássaros.

A cotovia nostálgica.

E, uma gota de gim

naquela Coca-Cola.

 

Aquele bolero...

Dois para lá...

Dois para cá...

Uma matemática romântica

sem geometria.

E, com muito trigonometria.

Ângulos retos e obtusos.

 

E, uma aresta de luz

sobre seus olhos

faziam refletir seus cílios

sobre o verde de seus olhos.

 

 

Não havia palavras.

Nao havia fonemas.

Nem confissões.

Os espartilhos apertavam a alma.

O coração açodado

corria para disfarçar...

 

O que foi amor um dia?

O que foi afeto para sempre?

O que foi,

não é mais,

nem será...

 

Tudo é tão transitório.

Transmetafísico...

Suas mãos suavam...

E, tremiam em gesticular

um discurso em que não acreditava.

 

Por que o desamor?

Por que desatar os nós?

Por que  existe o cais, se

há a imensidão do mar?

 

 

Azul.

Intenso

Infinito.

 

 

Esse era meu bilhete.

Azul, da caneta bic.

Intenso, a letra firme no papel.

E, infinito...

metade das palavras confessavam

o que não expressava...

 

 

 

Era um enigma.

Um paradoxo.

Ou apenas mais uma metáfora.

Da vida humana.

Mais uma simples e reles

metáfora azul.

 

Cianótica de realidade.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 20/10/2021
Reeditado em 20/10/2021
Código do texto: T7367398
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