ALENTOS
Eu tinha um rosto mais ríspido,
Crispado de penosas desilusões.
Um coração frágil fugaz à deriva,
Que esgueirava sombras e o outro.
Eu tinha um olhar doce, mais furtivo,
Franzido cenho tinhoso torpe míope.
Um sorriso mínimo de dentes podres,
Que esbanjava descaso, desamparo.
Eu tinha um andar assaz trôpego,
Cambaleante em descalços pés.
Um aceno de mãos ressecadas,
Calejadas por trabalhar o tempo.
Eu tinha alma, fé, e ilusório espírito.
Agnóstico estou, em pleno renovar.
Inteligência e exteligência unidas.
Sorvendo com outridade: novo saber.