Quântico

Às vezes me vejo em outro lugar

Então percebo o corpo preso neste tempo

Colapso espírito-onda a filosofar

Mas, teimoso, ainda tento

Socrático no “só sei que nada sei”

Esmiúço, das minhas questões, a natureza

Quem sabe não formule uma nova lei

Quebrando o absoluto do princípio da incerteza

Que sistemas de forças estarão atuando

A Estática diria que são antagônicas

Mas sinto que ficam pulsando

A Dinâmica confirma: “É catatônica!”

Da euforia de me ver nos seus braços

Simultânea à dura realidade de uma muralha

Faz meu sorriso perder espaço

E de rijo para o amor, fico ouriçado para a batalha

Quem sabe na cinética do egoísmo, a salvação?

Assim, sem paixão, ordenaria o intelecto:

Para o amor, todo de corpo e coração,

Para as lutas, deixe só o seu espectro!

Mas a integralidade confirmada na superposição

Determina que sou e não sou na mesma hora

Num tunelamento quântico da minha visão

Espero atuar de dentro e observar de fora

Para isto é bom sempre lembrar

Preciso me manter em movimento

Não existe parar para pensar

É pura energia, o pensamento