O Deus da guerra
Nos aquartelemos em nossos desertos
Albergados na saudade
Nosso degredo, a solidão
Estamos condenados por nossa própria paixão
Nos aquartelamos em nossos desertos
Em altares deixamos a dor
O que faz arder na pele
Mas em vão, Deus não ouve
Não vê, com seu olhar de neve
Então purgamos obscuros sentimentos
Somos a mão da ganância
Na palma da mão do opressor
Nos aquartelamos em nossos desertos
Mas nossa voz este Deus repele
Somos frutos do pecado da ingratidão
O mundo, o Brasil, a África, o Haiti, o Afeganistão
Somos feras em exclusão
Nos aquartelamos em nossos desertos
Somos o terror da guerra que arrasa
A dor parida a ferro, fogo e brasa
Pouco provável a luz do perdão...