A Bella Donna e a saudade

Bem mais não digo do amor, pois pouco sei.
E desse pouco ou quase nada que aprendi,
O que tenho para dizer é que eu amei...

Amei e sei que certamente ainda careço
De aprender amar e, então, amar apenas
E que para tanto terei que pagar o preço...

Se fosse o amor talvez um pouco menos caro
Desse em pântanos como as belas açucenas
E como tais, quiçá não fosse frágil e raro...

Mas a sua nobreza e distinção vêm da raiz
Que sem cultivo, nasce apesar e ainda vigora
Graça e altivez tem a fina Flor da Imperatriz.

Já a ofereci como promessas à São Tiago
Também doei para a Santíssima Trindade
Mas por amor ainda lamento e até divago...

Ao deus Apolo o meu tolo orgulho devolvi...
A "Bella Donna" dei-lhe em troca da saudade.
Para esquecer a grande tristeza que vivi.

E darei arranjos com três flores matizadas
Do meu canteiro de açucenas tão cheirosas,
Quando as feridas forem, enfim, cicatrizadas.

adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 16/08/2021
Reeditado em 17/03/2022
Código do texto: T7321743
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