MONOLITO

Estudei até me sentir cansado,

me debrucei e dormi...

Foi como se tivesse sido levado

pro lugar que no livro li...

Lá não havia nenhum sentimento

que lembrasse a triste solidão;

era como se, parado, no tempo,

batesse, sem bater, o coração...

Numa rua de palavras pisei

e, pisadas, entraram corpo adentro;

um homem de mil versos me tornei,

como se torna um tornado o simples vento...

Voltar ao mundo antigo, jamais...

Depois do evento tudo dentro muda;

tornei-me barco em infinito cais,

cada verso seu aroma exuda...

Num mundo construído sobre pedras

vivemos buscando abrigo e calor;

foi e assim será por muitas novas eras

até acharmos o monolito chamado amor...

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