HORIZONTES DA EXISTÊNCIA

Vida!

Expande-se, cessa-se, a cada novo instante,

Um ciclo eterno, fluido, incessante...

Existência que nunca se finda, sempre contínua,

Em sua dança silenciosa, suave e intrínseca.

Vida!

Teu único propósito é o amor profundo,

Que outro seria, neste vasto mundo?

Sob que outra luz nossas almas se moveriam,

Se não sob o afeto, em que tudo culminaria?

Contemplo o horizonte, distante, sereno,

Agora ele parece mais sábio, menos terreno.

Talvez mais aceitável, menos cruel,

Como a noite que apaga o pranto, doce e fiel.

Dores foram deixadas no tempo já ido,

Perdidas em pensamentos negados, sem sentido.

Cicatrizes guardadas na alma distante,

Tornando-se ecos, num silêncio constante.

Tudo o que é novo, desperta temor,

Tudo o que pode mudar, nego com fervor.

Mas não por covardia, ou falta de fé,

É o medo do arrependimento que me detém em pé.

Medo do sofrimento, do que pode vir,

Do incerto futuro que pode me ferir.

Vida!

Poderias, por fim, cessar este caos latente,

E trazer-nos a paz, em cada alma errante.

Que os dias fluam com tranquilidade serena,

Que o coração descanse, sem a dor que o envenena.

É tudo o que desejo, em silêncio profundo,

Uma paz que preencha o caos deste mundo.

Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 11/06/2021
Reeditado em 15/09/2024
Código do texto: T7276282
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