HORIZONTES DA EXISTÊNCIA
Vida!
Expande-se, cessa-se, a cada novo instante,
Um ciclo eterno, fluido, incessante...
Existência que nunca se finda, sempre contínua,
Em sua dança silenciosa, suave e intrínseca.
Vida!
Teu único propósito é o amor profundo,
Que outro seria, neste vasto mundo?
Sob que outra luz nossas almas se moveriam,
Se não sob o afeto, em que tudo culminaria?
Contemplo o horizonte, distante, sereno,
Agora ele parece mais sábio, menos terreno.
Talvez mais aceitável, menos cruel,
Como a noite que apaga o pranto, doce e fiel.
Dores foram deixadas no tempo já ido,
Perdidas em pensamentos negados, sem sentido.
Cicatrizes guardadas na alma distante,
Tornando-se ecos, num silêncio constante.
Tudo o que é novo, desperta temor,
Tudo o que pode mudar, nego com fervor.
Mas não por covardia, ou falta de fé,
É o medo do arrependimento que me detém em pé.
Medo do sofrimento, do que pode vir,
Do incerto futuro que pode me ferir.
Vida!
Poderias, por fim, cessar este caos latente,
E trazer-nos a paz, em cada alma errante.
Que os dias fluam com tranquilidade serena,
Que o coração descanse, sem a dor que o envenena.
É tudo o que desejo, em silêncio profundo,
Uma paz que preencha o caos deste mundo.