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Alguns, infelizmente, desistiram,

Não nos dissera nada... Partiram;

Abandonando sonhos e desejos –

E cancelando abraços e beijos –,

Porque não conseguiram lá chegar...

Caíram e não quiseram mais tentar;

Que tal agora uma elucubração?

Para tirarmos uma conclusão:

Que tal olharmos tudo à nossa volta?!

Quanta tristeza, angústias e revoltas,

E, mesmo assim, a vida continua...

O que seria da noite sem lua?

Uma tremenda e triste escuridão,

Depreciativa – dura depressão,

Vejamos o exemplo da floresta:

Vêm chuvas, vem queimadas – inda resta

No ventre dessa terra –, as sementes;

Que brotarão felizes e contentes.

Uma árvore cortada brota forte –

Pois corajosamente, enfrenta a morte -,

Quer dar flores, frutos – nunca desistir;

Se estranho está o dia, o sol não deixa de sair,

A noite pode até chegar escura –

Sem vida, sem nenhuma formosura.

Mas vem chegando a bela madrugada,

Saudando, co’esperança, a alvorada –

Que vem para nos dar a aurora boreal –,

Que nasce todo dia, mas nuca é igual.

Quem sabe pode ser manhã de inverno –

Daquele congelado e tão terno –,

Nem mesmo assim, é triste a manhã

A névoa matutina e muito élan –

Tem cheiro e gosto doce de laranja,

Nos galhos passarinhos’stão na manja,

Brindando a todos nós c’uma canção –,

Que vem como remédio ao coração

E, claro, com’um bálsamo na alma.

O orvalho brilha muito junto à palma –

Que traz o prisma raro d’arco-íris –

Não há quem não admire e não delire

Tão grande – grande – show da Natureza –

Um misto de mistério com beleza;

Mas isso, como sabes, é pequeno,

Vejamos o crepúsculo sereno:

Dourado azul vermelho alaranjado –,

Que cores! Que textura! Que bordado!

Que pedra rara! – Perla d’Oriente,

Que o Ser divino dá-nos de presente...


(continua)

Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 07/11/2007
Código do texto: T727446
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