SOLITÁRIO INSONE

Deixem que caiam as lágrimas

Não se precipitem a enxugar

Estão elas, saindo do âmago

O corpo não as pode evitar

Chora desesperado o pobre ser

Na tenacidade da sua avidez

Sozinho já não pode viver

Amá-la já não pode outra vez

O destino impiedoso os separou

Deixando-o mais apaixonado

Quando num sonho, ela o beijou

Com volúpia que jamais havia dado

Insone não vive o ser

O pobre só pensa e não diz

Se acordado não sabe viver

Dormindo é eternamente feliz

Sonhando tudo é prazer

São auges jamais sentidos

É como se ele vivera a morrer

É como se nunca ela houvesse partido.

POETA URBANO
Enviado por POETA URBANO em 05/11/2007
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