O sagrado é fé. 
A fé é sagrada.
Metafísico. 
Meta-alma. 

Metade de mim é ego.
A outra é super.
E, o resíduo imenso
é o inconsciente.
Do qual ninguém escapa.

Possui todos os olhos.
Todos os sentidos.
Com semântica a decifrar.

A palavra redime.
A saudade nos deprime.
A ausência nos preenche.
E, o infinito parece ser 
um gigante avassalador.

Adamastor se apaixona
por uma Nereida.
Por não ser correspondido
tenta tomá-la a força
E, Júpiter o transforma em 
Cabo das Tormentas.

A comovente força da natureza
a desafiar os navegadores
Que vagavam pelo infinito.

Adamastor é conhecido.
Camões, Voltaire e Victor Hugo o citaram.
Cada um tem o monstro que merece.
Até Saramago tem um.
Ou teve vários.

A tristeza turva a visão.
Embaça a alma.
Corrói o sentido.
E, tudo é caótico
e metafórico.
A seta desorienta.
A bússola atormenta.

A tormenta vira esperança
E, subitamente temos
um desejo parido do tédio.
Abortado pela realidade.

 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 04/04/2021
Código do texto: T7223651
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