Psicografia no futuro do pretérito
Quando a morte abraçar a poesia,
ecreverei meu verso derradeiro,
como fosse Pessoa ou Caeiro,
dum modo que jamais escreveria.
E pela via sacra, ou outra via,
no rastro do fulgor parnasiano,
levaria do céu pro oceano,
uma estrela-do-mar: a estrela guia.
Seria, do soneto mediúnico,
o verso principal, senão o único,
a habitar as celas da memória.
E quando a carne enfim virasse nada,
eu refaria a última jornada,
no rastro da primeira trajetória.
E a poesia, alma predatória,
viria conspurcar a minha ossada.
Quando a morte abraçar a poesia,
ecreverei meu verso derradeiro,
como fosse Pessoa ou Caeiro,
dum modo que jamais escreveria.
E pela via sacra, ou outra via,
no rastro do fulgor parnasiano,
levaria do céu pro oceano,
uma estrela-do-mar: a estrela guia.
Seria, do soneto mediúnico,
o verso principal, senão o único,
a habitar as celas da memória.
E quando a carne enfim virasse nada,
eu refaria a última jornada,
no rastro da primeira trajetória.
E a poesia, alma predatória,
viria conspurcar a minha ossada.