QUEM PROCURA NAO ACHA
Fiquei o dia todo
no quarto fechado
tentando reencontrar Deus,
lendo um livro sobre Ele.
Minha cabeça oscila
entre o Zen, que não o tem,
e a cruz, que me seduz.
Não quero o fim do sofrimento,
porque sofrer me faz forte,
nem me sujeitar no seguimento,
porque a sujeição tem gosto de morte.
Toda essa subjetividade metafísica
induz meus ressentidos sentidos.
Por isso procuro pela objetividade
na subjetividade da prática,
como um cão faminto
fareja o cheiro invisível da comida.