Vinhado

Há de se ter neste néctar Dionisíaco o consolo dos Deuses!

Há de se ter pois meu espírito está Sedento!

Com ardor, rompo feito Bardo a melodia desta imensa floresta de secas folhas.

Enquanto não se abre a outra dimensão, deterioro as horas em profundo desinteresse.

O que perco ao ganhar?

O que ganho ao perder?

Uma rotina fria onde as flores não brotam por falta de rega ou jardins podados com paciência onde o dançante apreço embebeda-se do mais nobre vinho?

O êxtase, a Lua, a Fogueira.

Tudo em mim arde, brilha.

E que tudo me sirva de lição pois não existo para além de um místico delírio ressonante.

E se me perguntarem o que sou direi:

"Nem Profano, nem Sagrado. Vivo!"

Felipe Paes Monteiro
Enviado por Felipe Paes Monteiro em 29/01/2021
Reeditado em 04/02/2021
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