O Sono me Chama
Acho medonho o sorriso
E sua flácida limitação
É fútil, inútil e voraz.
Me abraça a fúnebre tristeza
Onde há beleza e profundidade
Me espanta a alegria fugaz
Que engana aos tolos
Prometendo-lhes esperançar
Extrai do bagaço o espaço vazio
Eu cultivo a solidão
E seus danosos seres
São modos e víveres
Que afastam a alegria.
Eu tenho medo do dia
De ver as pessoas.
Tenho medo da noite
Em meus pensamentos,
Atravessando meu peito
Como se fosse a morte.
Tenho medo dos gritos
Dos uivos das sobras
Mas sinto o beijo frio
Acariciár-me com amor.
Por que continuar vivo?