Cântico à Lua

Não és desconhecida

entre as flores.

Arcana presença

iluminando os jardins,

preenchendo as ausências.

Em teu ventre escondes

os rostos dos sóis

que um dia partiram

e as pétalas com que cingiram

a fronte de todos nós.

Extasio-me e choro

diante de tua imensidão

calada, doce, encantada

na noite, meu leito de

confidências,

minha alma em canção.

Minha voz se perde

dentro da noite,

quando te olho desde aqui,

deste finito, efêmero chão.

Mas dentro do peito

respiro essa tua eternidade

miragem de Deus

dentro da minha paisagem

porque de onde estás

sei que iluminas também

este meu coração.

(Direitos autorais reservados. Lei 9.610 de 19.02.98)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 28/10/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T712893
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