Cântico à Lua
Não és desconhecida
entre as flores.
Arcana presença
iluminando os jardins,
preenchendo as ausências.
Em teu ventre escondes
os rostos dos sóis
que um dia partiram
e as pétalas com que cingiram
a fronte de todos nós.
Extasio-me e choro
diante de tua imensidão
calada, doce, encantada
na noite, meu leito de
confidências,
minha alma em canção.
Minha voz se perde
dentro da noite,
quando te olho desde aqui,
deste finito, efêmero chão.
Mas dentro do peito
respiro essa tua eternidade
miragem de Deus
dentro da minha paisagem
porque de onde estás
sei que iluminas também
este meu coração.
(Direitos autorais reservados. Lei 9.610 de 19.02.98)