A lua se esconderá

A própria lua esconderá sua face

De vós os que no primeiro enlace

Desfizeram-se do que tinham

E venderam por trinta moedas

O que a soma de todas as precisas pedras

Não poderia comprar.

O que o conjunto de todos mundos

Sejam rasos ou profundos

Não poderia perscrutar

Há lugares agora vazios

Onde gritos clamavam outrora

Há caminhos agora sombrios

Onde o silêncio cantava as glórias

E nós que habitamos o reino transitório

Nos escondemos em paredes translúcidas

E cantamos sobre a fogueira

Feita dos ramos da figueira brava

R R Vieira
Enviado por R R Vieira em 27/11/2020
Reeditado em 29/11/2020
Código do texto: T7122245
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