O choro

A máquina do tempo rouco e louco cobra-me...

O ponteiro do relógio parecia-me um velório, da morte...

Cobra a mim e a todos a automatização

Sem tempo para a emoção nem o coração...

Todos em um tempo mecanizado

Do relógio sarcástico atrasado.

O choro que meu coração não conseguiu definir

N'alma sinto um profundo ferir!

Lembro do relógio a cobrar-me,

Olho ao redor na intenção louca e apavorante!

Quem mais vê! O que meu olhar presencia?

Uma pronúncia somente minha, crua e nua...

Não consigo compreender Deus!

O que meu olhar perplexo chora,

Numa lágrima presa pela pressa rouca e louca do tempo

Não soube definir se aquele choro fora da fome gritante

Ou, tantos outros gritos, dos quais quis eu também gritar.

Riana Braga
Enviado por Riana Braga em 24/11/2020
Código do texto: T7119818
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