EM BUSCA DAS PALAVRAS PERDIDAS 02
“Gratidão para António Sala”
Do meu amigo António Sala
Recebi honrado testemunho
Acerca da leitura de gala
Do livro saído de meu punho.
Na mesma moeda, e não minto
Pois não sou capaz d´ o fazer,
A este amigo tão distinto
Quero cabalmente agradecer.
As palavras andam perdidas
Entre labirintos sem fim,
Umas curtas, outras compridas,
Mas sempre tão longe de mim.
Não sei a qu´ Musa acudirei –
E em que lugar e horizonte –
Mas, todavia, insistirei
Até que um novo sol desponte.
“A Musa dos Estádios”, porém,
Essa, com palavras à vista
Que em cada página contém,
É alfobre que exige revista.
São palavras competitivas
Impregnadas de emoções
Com referências alusivas
A respeito de Campeões.
Campeões que foram heróis,
Custando sangue, suor e lágrimas,
Louros, glórias e outros sóis,
Na luz dos sonhos e das palmas.
Poesia, Desporto e Olimpismo,
Destacados pelo meu amigo,
Assumiram-se com estoicismo,
Com sacrifício e algum castigo.
Fiel narrativa e com ternura
Fica a homenagem e o intento
De dar realce e dar Cultura
A quem tem valor e talento.
Testemunho feito Poesia,
Em todo o Estádio ou arena:
Cabe nela o mundo e a harmonia
Como ensinou Jorge de Sena…
Não chegam os “dentes serrados”
Ou uma benéfica condição,
Todo empenho tem dias contados
Se não houver justa inspiração.
E, mesmo que haja inspiração
E a competente solicitude,
Toda a luta implica paixão
Com regulamento e saúde.
O amigo Sala, sabe do que falo –
Foi, e é, artista de eleição –
Ser bom Atleta é um regalo
Ser bom Poeta… às vezes não!
Palavras perdidas, mas achadas,
Só com discreto empenhamento:
Quem as tem são favas contadas,
São gratidão e merecimento.
Meras palavras não são recorte
De atitudes banais de fomento:
Se não forem dignas de sorte
Bem depressa leva-as o vento!
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA