ADAGAS
Traça que traças tormentos
Sem brilho e sem piedade
Virando em cruz a cabeça
Num brio que não se atesta
És como uma pomba-gira
Aos açoites sobre a testa
Libertando a dama da noite
Sob vultos de tentamentos
E as adagas sem penhores
Crivadas num só momento
Obscuras e sem cores
Vão dos auges às arestas
É algo assim que nunca se vê
Nem planeia sentimentos
Mas aos olhos das quimeras
N’outros ares se manifestam!
Autor: Valter Pio dos Santos
27/Out/2020