Vou invadir sua aura
Tomar-lhe a cor e oxigênio.
Sua semântica ínsita dos olhos
escorrerá pelas lágrimas
Vou sequestrar seu afeto
Mantê-lo em cárcere privado
dentro de meu coração
que é roto e esfarrapado.
Vou persegui-lo com calma
E ouvir seu silêncio eloquente
E ler sua caligrafia poente
E,entender sua dor latente
E, escrever-lhe versos
que dementes
tentam ser anestésicos
Vou tirar-lhe do redemoinho
E numa dinâmica diferente
Apresentar o carrossel
onde giram as fantasias
e brincam as alegrias.
Quando você perceber...
já é outro dia,
tudo passou,
as cicatrizes ficaram,
as fisgadas passaram,
e,a lembrança da dor
é histórica.
Vou estalar os dedos
e mágica se fará
sem varinha de condão,
sem fadas,
sem espíritos benevolentes,
apenas com resistência...
apenas com insistência...
apenas com a eloquência
típica dos sobreviventes.
O resto é promessa e
retórica.