Vou invadir sua aura
Tomar-lhe a cor e oxigênio.
Sua semântica ínsita dos olhos
escorrerá pelas lágrimas

Vou sequestrar seu afeto
Mantê-lo em cárcere privado
dentro de meu coração
que é roto e esfarrapado.

Vou persegui-lo com calma
E ouvir seu silêncio eloquente
E ler sua caligrafia poente
E,entender sua dor latente

E, escrever-lhe versos
que dementes
tentam ser anestésicos

Vou tirar-lhe do redemoinho
E numa dinâmica diferente
Apresentar o carrossel
onde giram as fantasias
e brincam as alegrias.

Quando você perceber...
já é outro dia,
tudo passou,
as cicatrizes ficaram,
as fisgadas passaram,
e,a lembrança da dor 
é histórica.

Vou estalar os dedos
e mágica se fará
sem varinha de condão,
sem fadas,
sem espíritos benevolentes,
apenas com resistência...
apenas com insistência...
apenas com a eloquência
típica dos sobreviventes.

O resto é promessa e
retórica.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 26/10/2020
Código do texto: T7096741
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