Como uma árvore
Aponto para o céu, mas finco minhas raízes no chão
As estrelas não são um limite e sim uma extensão
Pontos subsequentes em alguma eventual direção.
Estendo meus galhos em direções opostas
Tateio passibilidades em busca de respostas
Arrisco um pouco em divididas apostas.
Quando alimentado, gero frutos e flores
Esparjo sementes , desperto novos amores
Renovo o mundo com inéditos matizes e cores.
No meu inverno, hiberno e fico em compasso de espera
Ressurjo pleno, exuberante a cada nova primavera
No meu outono descarto restos do verão-quimera.
Sou eterno pois de alguma forma deixarei meu legado
Em um filho, uma palavra, um conto ou poema recitado
Talvez até em um ínfimo, porém inesquecível, instante compartilhado.