De dentro para fora

Ultimamente um ardor estranho me apetece, um calafrio presságio da crise.

Ele anseia pela indecisão que aqui se enraíza como um ardiloso vulcão.

É uma catastrófica erupção, porta a fora do "Eu" conhecido e habitual. Apenas a lava da erupção;

Difícil é a aceitação como um ciclo infinito. O que é esse eu que é molde e se desfaz?

É irreal e superficial se olhar sem observar? Um cadáver que nada foi por certo parecerá sem a correta percepção.

A profundidade é ainda mais densa e obscura, o silêncio que não encontro aqui fora… A mente e a fluidez do ser como estação e consequência.

Nada sou enquanto o viés do espaço e do tempo na consciência condensam a realidade inquebrável da impermanência.

Eterna mudança como a água corrente de um rio… Isso implica soltura e reconhecimento da inexistência do eu verdadeiro.

A cor que caiu do céu
Enviado por A cor que caiu do céu em 12/09/2020
Código do texto: T7061757
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