ONDE ESTÃO AS FLORES DO IPÊ?

Vivemos dias difíceis.

As manhãs não são como antes

Quando o sol sorria ao nascer.

O ar ficou difícil de respirar

E em lenta agonia sucumbimos

Ante a possibilidade de nos faltar o ar.

Os passos tornaram-se inseguros,

Cada vez mais largos e indecisos,

Os caminhos cada vez mais tortuosos.

Aquela vontade de ir e vir

Tornou-se uma indecisão

De seguir ou não.

A estrada é cada vez mais longa.

Aquela imagem no horizonte desvaneceu

Como névoa que escorre na vidraça.

Enquanto isso, caminhamos,

Em passos cada vez mais lentos,

Procurando em vão as flores do ipê

Que não existem mais.

Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 14/08/2020
Reeditado em 19/08/2024
Código do texto: T7035553
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