ONDE ESTÃO AS FLORES DO IPÊ?
Vivemos dias difíceis.
As manhãs não são como antes
Quando o sol sorria ao nascer.
O ar ficou difícil de respirar
E em lenta agonia sucumbimos
Ante a possibilidade de nos faltar o ar.
Os passos tornaram-se inseguros,
Cada vez mais largos e indecisos,
Os caminhos cada vez mais tortuosos.
Aquela vontade de ir e vir
Tornou-se uma indecisão
De seguir ou não.
A estrada é cada vez mais longa.
Aquela imagem no horizonte desvaneceu
Como névoa que escorre na vidraça.
Enquanto isso, caminhamos,
Em passos cada vez mais lentos,
Procurando em vão as flores do ipê
Que não existem mais.