CONFESSO

CONFESSO

Confesso ter me tornado um escritor chato, confesso, menos poeta e menos poético eu acho

Compondo mais temas tensos e sérios, sem abstrato ou mistérios

Às vezes sinto falta do lirismo, da metáfora, da esperança sem o se

Do brilho sobre toda apatia, dos versos nas entrelinhas. Da crua essência da poesia.

Enveredado pelas ruas do pensamento, sem pessimismo, mas com crítico discernimento, minha viagem não tão prazerosa

Quando foi que pra trás deixei, sem perceber, o brio do verso, o viço da prosa?

Não deixei, apenas involuntariamente algo se modificou

Como tudo que dentro do meu peito se forma

Revolto-me apenas com aquele que não se revolta

Olhemos bem à nossa volta

A realidade coloca todos à prova e pra olhar pro céu e vê-lo sempre azul, é necessário compor um mundo novo e sem usar do passado um esboço

Acreditar que apenas a poesia ainda é capaz de nos transportar para outras galáxias, nos livrar da perturbação, arrancando os pés do chão

DANIEL GUIMARAES
Enviado por DANIEL GUIMARAES em 08/08/2020
Reeditado em 09/06/2023
Código do texto: T7029717
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