Pedaços de uma vida
Quando os trovões soam
E o canto cessa
A lua se esconde sobre a nuvem de tempestade
Se distancia o Sol na meia noite.
O vento leva as folhas
Que caíram no último inverno
E secavam sobre as urtigas
Plantadas no último verão
Pelas nossas mãos
Que agora vazias
Que agora sombrias
Não plantam mais.
Mas as sementes foram lançadas
E frutificam as duas da madrugada
Na noite escura da alma
Tu és minha única calma
Quando as ondas escondem o barco
E o tornado alcança o lago.
Quanto o porto naufraga
Levando os barcos.
No lugar mais obscuro
Tu és o refúgio seguro
Sou incapaz de no meu melhor dia
Amar-te como deveria
Quando a folha seca encontra encontra a chama
Acendida na última primavera
E o outono se torna vermelho
A chama alcança a câmara
Onde estavam os ovos das serpentes
E fogo consome o Porto
Onde embarcavam a escarlate
Que alimentava Roma
Dos que partem da daqui pra lá
Muitos vão sem um lugar
Muitos caem no caminho
E não levantam quando sozinhos
Muitos perdem a razão
E não encontram a direção
Muitos choram
E poucos oram
No dia que antecede o último
Estamos todos nós
E ainda assim, muitos recusam ouvir a voz
Os que partem com os ouvidos fechados para o reino posterior
Abrem as bocas para clamar improperios sem pudor
As portas foram abertas para receber os que se trancaram no reino das sombras
Mas há um lugar para nós guardado
Mais distante que último Prado
Ha um dia reservado
Para a música que nos será dada,
Para as dores nos serem arrancadas.
Só então cantaremos a melodia dos tempos
Imemoráveis, infindáveis, insondáveis
Veremos os olhos de fogo
Sob o som de muitas águas
Ouviremos a primeira melodia cantada
Pelo Primeiro homem na última estrada