O poema é puro
Eu escrevo poesias
como se as palavras fosse sopradas em minha mente
como se já existissem no universo
e se eu escrevo eu as libero, sou autora e sou poeta
mas se não as escrevo, vem outro e as escreve e se torna o autor no meu lugar
Às vezes um mesmo poema visita a minha mente
como se tivesse que dizê-lo,
às vezes parece que alguém escreveu antes o que quero expressar
É como se todos os poetas fossem um só,
me confundo às vezes com Cecília, com Emily, com Florbela;
às vezes com Carlos Drummond, Pessoa ou qualquer outro poeta
Por isso digo que vem de Deus, vem do céu
De fato não vem de mim
Essas palavras não podem ser uma simples coincidência...
É incrível quando eu vejo em poemas que escrevi
coisas que depois passaram a existir em minha história,
coisas que eu procurava e achava impossíveis se concretizaram.
Poema é quase profecia!
Eu já ouvi canções exatamente iguais a que escrevi,
como se fosse necessário que alguém tivesse que publicar as mesmas palavras,
Já rememorei poemas de anos querendo dizendo exatamente a mesma coisa que antes
como se as palavras tivessem sido cravadas em minha alma
Mesmo os poemas de amor,
mesmo quando muda-se a pessoa na qual foi inspirada...
Ele é um poema puro
Ninguém é dono do poema
suas palavras são como preces da alma
Ele pertence à Alguém
É como se alguém soprasse em mim
a intensidade do sentir, do ser e do amar
Num talento emprestado
que me acalma
e me faz sonhar